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terça-feira, 30 de março de 2010

Começando a Pensar Com Ciência

Continuação da Agenda de Trabalho...

No nosso mundo cultural o conhecimento está organizado nas esferas artística, científica, filosófica, mítica, religiosa e senso comum. O conhecimento científico resulta de um trabalho humano cuja natureza é constituída por fatores econômicos, filosóficos, históricos, políticos e sociais. Na instituição educativa circula o conhecimento científico escolarizado que com aquele – o científico dos cientistas – mantém referências (Lopes, 1999). Assim, alguns elementos dessa humana cientificidade podem integrar os processos formativos do sujeito na educação escolar, inclusive no segmento institucional em que atuamos, posto que cada vez mais fica claro o papel desse segmento escolar na formação do sujeito. Considerando, então, procedimentos, habilidades de pensamento e atitudes como tais elementos dessa cientificidade e, ainda, as relações entre pensamento, linguagem e teoria da atividade (Serpa, 2007; Vygotsky, 2000; Bakhtin, 1992; Luria, 1992) podemos desenvolver um trabalho em que as crianças estejam Começando a Pensar Com Ciência.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Projeto de Cultura Popular

Continuação (do post anterior) da Agenda de Trabalho...

O homem cria cultura ao mesmo tempo em que por ela ele é constituído sujeito. Nessa cultura estão os modos e as estruturas de sua elaboração, reprodução e transformação. A escola, seguramente uma dessas estruturas, encarna (posto que são sujeitos encarnados que a fazem) uma relação complexa e dialética – de reprodução e transformação – com a cultura humana. A instituição educativa para a criança de até seis anos de idade não escapa de tais relações. Da cultura humana originam-se seus objetos de trabalho: a criança e a própria cultura humana em sua rica e diversa expressão simbólica e materialidade.

No propósito de estruturar nossa organização curricular adotamos dois elementos constituintes da cultura humana, em sua acepção ampla: cultura – num sentido menos amplo – e ciência, sob a roupagem de dois grandes projetos de trabalho: Projeto de Cultura Popular e Começando a Pensar Com Ciência.

Para isso, a natureza da articulação entre cultura e escola, pensamos, diz respeito às ações da escola para desencadear nas pessoas – professoras, outros funcionários, crianças e comunidade – um processo de identificação histórica com o repertório humano nas dimensões acionárias das atitudes, dos comportamentos, dos valores, das idéias, dos conhecimentos, das diversas linguagens etc. Subjacente a essa articulação está o trabalho com a arte.

A possibilidade de fazer as crianças e suas famílias conhecerem diversos bens culturais produzidos por pessoas com origens e histórias de vida semelhantes às deles, permitir-nos-ia atuar numa dimensão formativa-subjetiva, na medida em que “cultura é organização, disciplina do próprio eu interior, é tomada de posse da própria personalidade, é conquista de consciência superior, pela qual se consegue compreender seu próprio valor histórico, a função na vida, os próprios direitos e deveres” (Gramsci apud Nosella, 2004).

Pensamos, portanto, a arte como uma linguagem para conhecer, compreender e comunicar as coisas do mundo. Criação e conhecimento se entrelaçam na mesma raiz ativa.

Aliada a essas questões há, ainda, o movimento em torno da difusão da idéia que o que o povo faz não é cultura, tampouco obra de arte; a elite dominante, sim, produz cultura e obras artísticas. Este pensamento difuso, veiculado até subliminarmente, é outro importante eixo a ser enfrentado no trabalho escolar de articular cultura, arte e educação.

Assim, para essa ação pedagógica, o chamamento de Ana Mae Barbosa é contundente e inspirador: “precisamos levar a arte que hoje está circunscrita a um mundo socialmente limitado a se expandir, tornando-se patrimônio da maioria e elevando o nível de qualidade de vida da população” (1991, p. 6). E, proporcionar meios para que as crianças vivam intensamente a linguagem artística e estética numa produção repleta de conhecimentos cultivada pelos educadores e com espaço para a manifestação criadora dos alunos, inscreve-se no que Georges Snyders (1996) chamou de alegria na escola: o cultivo do conhecimento, da cultura e de suas obras.

domingo, 28 de março de 2010

Introdução a uma agenda de trabalho

Preparei o que seria uma agenda de trabalho para a escola este ano. Postarei aqui os textos deste documento de trabalho para dialogar com os visitantes a respeito das problematizações e das ideias propostas para a educação infantil que fazemos.

Aqui vai a introdução do documento e do trabalho...

Professora,
Esta é a sua Agenda de Trabalho 2010 do Rosalina. Nela você encontrará o calendário anual com todas os eventos pedagógicos e educativos da nossa escola, como por exemplo, os dias dos nossos grupos de estudo com monitoria e de outras atividades de formação continuada, as datas reservadas para você preparar o relatório das crianças nos dois semestres.

Há também as páginas reservadas ao registro próprio dos planejamentos de todas as semanas deste ano letivo.

Em nossa prática pedagógica já temos diversos procedimentos de trabalho bem definidos e estruturados que acabam por constituir a identidade político-pedagógica da escola e, por sua vez, a nossa identidade docente. Organizamos, então, vários desses procedimentos na seção Lembretes. Em outra seção, a No próximo mês..., você encontrará menção a alguns eventos que, por vezes, se relacionam com atividades mobilizadoras que precisam ocorrer ainda no mês em curso.

Esta agenda além de facilitar e organizar o planejamento do seu trabalho passa a ser mais um modo de documentar o trabalho (Gandini e Goldhaber, 2002). Os trabalhos das crianças, as fotografias e gravações de vídeo, os diários de campo, os cadernos do Bornal de Leitura e do Amigo da Turma, o álbum da turma são elementos de documentação do trabalho pedagógico e educativo que realizamos. Tais documentos têm importante papel na avaliação que fazemos dos processos vividos pelas crianças e, sobretudo, na reflexão sobre e com o nosso trabalho e na aprendizagem de um saber-fazer educação infatil que é permanente, bem ao gosto de Paulo Freire.

Assim, neste documento você encontrará, ainda, pequenos resumos de projetos de trabalho e práticas pedagógicas que nos identificam como instituição de educação infantil paras as classes populares e comprometida com um saber-fazer coletivo porque, bem nos lembra Paulo Freire (1998, p. 9),
Saber a favor do quê é, portanto, saber contra o quê; saber em prol de quem e saber contra quem. Essas são as perguntas que devemos nos fazer como educadores. Devemos também saber que é sempre a educação que nos leva à confirmação de outro fato óbvio que é a natureza política da educação.”
Bom e feliz ano de trabalho!