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segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Letramento não é letra...


Letramento não é letra, embora o conceito venha das letras (no amplo sentido)! Vou falar a partir de uma cena que me foi relatada por uma professora.
Professora, turma de crianças de três anos, quadros com figuras e texto da história num pequeno pedaço de papel colado atrás do quadro da figura... a professora ia mostrando cada figura, enquanto lia o texto da história que estava atrás do quadro. Um menino levantou-se do seu lugar, andou de um lado para o outro, em silêncio, mexendo a cabeça para o lado, até que conseguiu chegar ao lado da professrora e ver a parte detrás dos quadros das figuras... e, então, ele disse: "Ah... é aí que você tá lendo!"
Essa atitude do menino, certamente, é um produto do seu letramento!
Letramento, realmente, não tem uma relação direta e linear com letra. A diversidade e a riqueza das situações vividas pelas crianças no cotidiano da casa e da escola em relação aos atos de leitura e escrita dos adultos é que proporcionarão às crianças a construção dos conhecimentos sobre os portadores de textos, as funções dos textos, os tipos, o que se faz com escrita e com leitura etc.... e, então, o interesse em escrever, o interesse pela escrita, o interesse pelas letras.
Não podemos nos esquecer que são os processos de aprendizagem que movimentam os processos de desenvolvimento, segundo a psicologia histórico-cultural.

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

Desenho mimeografado

Maria Inês Barreto Netto

Em pelo menos duas comunidades do orkut que eu participo foram postados tópicos a respeito daquele texto sobre o menino que estava aprendendo a desenhar, segundo o modelo da professora. Pelo que estou percebendo esta é uma prática ainda bastante comum tanto na educação infantil como nas classes de alfabetização, principalmente.
Lá no início da década de 90 do século passado (!), quando iniciamos o processo de reformulação administrativa e pedagógica da escola onde trabalhamos, começamos a enfrentar e transformar esta prática com o desenho mimeografado da criança. Nesta ação da professora e da criança, há indícios da presença de diversos componentes teóricos, embora eu não vá tratar deles aqui.

Procedimentos
  • Uma criança desenha no carbex. Junto com a professora ela roda cópias pra toda a turma no mimeógrafo (chega num ponto em que as crianças rodam praticamente sozinhas);
  • As crianças vão colorir esse desenho;
  • Todas as crianças fazem isso, então, todas as crianças vão colorir os desenhos de todos os colegas (variamos a técnica: lápis de cor, pintura, farinha tingida com anilina, sobras de papéis recortados, hidrocor, raspa de lápis de cor, lápis cera, cola colorida etc.; pode misturar técnicas);
  • Quanto ao texto... a criança dita pra professora e, à medida em que o trabalho com a escrita vai crescendo, elas vão copiando no carbex o que ditaram para a professora;
  • Fazem uma capa no fim do ano e o livro está pronto;
  • Nós montamos com a turma um agendamento das crianças que vão desenhar (duas a três por semana, muitas vezes, menos, pois realizamos muitas e variadas atividades com esses desenhos e os textos), elas acompanham (olha a noção de tempo trabalhada aí) e têm a confiança que a vez dela vai chegar.
Veja algumas imagens desse trabalho no Álbum do EntreTextos.