Maria Inês Barreto Netto
Em pelo menos duas comunidades do orkut que eu participo foram postados tópicos a respeito daquele texto sobre o menino que estava aprendendo a desenhar, segundo o modelo da professora. Pelo que estou percebendo esta é uma prática ainda bastante comum tanto na educação infantil como nas classes de alfabetização, principalmente.
Lá no início da década de 90 do século passado (!), quando iniciamos o processo de reformulação administrativa e pedagógica da escola onde trabalhamos, começamos a enfrentar e transformar esta prática com o desenho mimeografado da criança. Nesta ação da professora e da criança, há indícios da presença de diversos componentes teóricos, embora eu não vá tratar deles aqui.
Procedimentos
- Uma criança desenha no carbex. Junto com a professora ela roda cópias pra toda a turma no mimeógrafo (chega num ponto em que as crianças rodam praticamente sozinhas);
- As crianças vão colorir esse desenho;
- Todas as crianças fazem isso, então, todas as crianças vão colorir os desenhos de todos os colegas (variamos a técnica: lápis de cor, pintura, farinha tingida com anilina, sobras de papéis recortados, hidrocor, raspa de lápis de cor, lápis cera, cola colorida etc.; pode misturar técnicas);
- Quanto ao texto... a criança dita pra professora e, à medida em que o trabalho com a escrita vai crescendo, elas vão copiando no carbex o que ditaram para a professora;
- Fazem uma capa no fim do ano e o livro está pronto;
- Nós montamos com a turma um agendamento das crianças que vão desenhar (duas a três por semana, muitas vezes, menos, pois realizamos muitas e variadas atividades com esses desenhos e os textos), elas acompanham (olha a noção de tempo trabalhada aí) e têm a confiança que a vez dela vai chegar.
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