Manifesto da ANPEd
A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd considerando o amplo debate por ocasião da elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Resolução CNE/CEB Nº 5, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009) envolvendo seus pesquisadores, manifesta-se contrariamente ao PLS 414/2008/ PL 06755/2010 e conclama toda a sociedade a lutar contra a sua aprovação pelas seguintes razões:
1. Pesquisas e experiências nacionais e internacionais têm demonstrado a importância da educação infantil para a socialização e a aprendizagem das crianças de 0 a 5 anos de idade, adotando-se para isso processos pedagógicos próprios e adequados às necessidades e demandas das crianças pequenas, investindo-se na formação específica dos profissionais;
2. As recentes Diretrizes Curriculares de Educação Infantil, elaboradas a partir de amplo processo de consulta na área educacional e em resposta às mudanças constitucionais que ampliaram a obrigatoriedade escolar para pessoas de 4 a 17 anos, buscaram assegurar o entendimento de que a educação infantil inclui crianças de 0 a 5 anos e 11 meses, de modo que somente aos 6 anos completos inicia-se o ensino fundamental (Art.5º - § 2 e § 3 - Resolução CNE/CB nº 5, de 17 de dezembro de 2009);
3. Segundo essas Diretrizes Curriculares, e outros documentos oficiais orientadores e normativos produzidos nos últimos anos no âmbito do Ministério da Educação, a garantia de uma educação infantil brasileira de qualidade significa respeitar e proteger os direitos das crianças à brincadeira, ao cuidado, ao respeito à diversidade, ao acesso à cultura (entre outros). Para tanto, os espaços e tempos da educação infantil devem assegurar “a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao processo educativo” e “a indivisibilidade das dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural da criança” (DNCEI, Art. 8º, § 1º, I e II);
3. O desenvolvimento integral das crianças (LDB 9394/96, Art. 29), finalidade da educação infantil, deve ser promovido em contextos educacionais específicos a partir de propostas e práticas pedagógicas adequadas, elaboradas por profissionais qualificados, visando a que as crianças construam suas identidades pessoais e coletivas, brinquem, imaginem, fantasiem, desejem, aprendam, observem, experimentem, narrem, questionem e construam sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (DCNEI, Art.4º), ou seja, respeitando processos de desenvolvimento e aprendizagem;
4. Pesquisas nacionais em andamento e reportagens veiculadas pela mídia impressa têm evidenciado reiteradamente a lentidão e as enormes dificuldades na implementação do ensino fundamental de nove anos, iniciando-se para as crianças de 6 anos de idade, em atendimento à EC n. 53/06 e à Lei 11.274/2006, dificuldades advindas da cultura escolar cada vez mais produtivista, do despreparo dos professores e das escolas de ensino fundamental, da ausência de condições materiais e pedagógicas, para a acolher a criança nessa idade nas suas necessidades e direitos;
4. O Projeto de Lei do senador Flávio Arns - PLS 414/2008/ PL 06755/2010, além de desconsiderar a realidade acima referida, que poderá ser imensamente agravada com a entrada de crianças ainda mais novas na escola regular de ensino fundamental, diminui em um ano a possibilidade da criança pequena viver experiências educacionais significativas na educação infantil, e não prevê o aumento da duração do ensino fundamental para 10 anos, o que torna mais perniciosa a sua aprovação, atentando contra o direito à educação consagrado na CF 1988.
Assim, compreendendo que o Projeto de Lei do senador Flávio Arns - PL 414/2008/ PL 06755/2010 – desconsidera a especificidade da educação infantil concebida como a primeira etapa da educação básica e desrespeita tanto os direitos das crianças de 5 anos de idade quanto os avanços obtidos no campo da pedagogia da infância, nos manifestamos CONTRA a sua aprovação.
terça-feira, 18 de maio de 2010
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Amigo da turma
Continuação da Agenda de Trabalho...
Criar um amigo de pano, com nome, idade e outras peculiaridades que acompanhe as crianças -- aonde elas queiram levá-lo -- e seja mais um meio de fomentar o desenvolvimento de interações sociais e afetivas é um dos objetivos do projeto Amigo da Turma. Este amigo visita a casa de cada crianca por um ou dois dias. Por meio de texto e/ou foto, alguém da família, em caderno próprio que acompanha o boneco, relata como foi a visita do amigo. Mais uma atividade que procurar integrar família e escola.
Criar um amigo de pano, com nome, idade e outras peculiaridades que acompanhe as crianças -- aonde elas queiram levá-lo -- e seja mais um meio de fomentar o desenvolvimento de interações sociais e afetivas é um dos objetivos do projeto Amigo da Turma. Este amigo visita a casa de cada crianca por um ou dois dias. Por meio de texto e/ou foto, alguém da família, em caderno próprio que acompanha o boneco, relata como foi a visita do amigo. Mais uma atividade que procurar integrar família e escola.
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quarta-feira, 7 de abril de 2010
Álbum da Turma
Continuação da Agenda de Trabalho...
Num álbum de fotografia guardamos instatâneos de momentos que nos marcaram, de modo que, ao contemplá-los tempos depois, de certa forma, a eles voltamos. Eis a analogia com o Álbum da Turma. Nele é possível registrar em textos, desenhos, fotos etc. o que a professora e/ou as crianças decidem ser expressivo e representativo do ano escolar que estão vivendo. Vale salientar a concepção de trabalho com a linguagem oral e escrita que sustenta tal prática pedagógica.
Num álbum de fotografia guardamos instatâneos de momentos que nos marcaram, de modo que, ao contemplá-los tempos depois, de certa forma, a eles voltamos. Eis a analogia com o Álbum da Turma. Nele é possível registrar em textos, desenhos, fotos etc. o que a professora e/ou as crianças decidem ser expressivo e representativo do ano escolar que estão vivendo. Vale salientar a concepção de trabalho com a linguagem oral e escrita que sustenta tal prática pedagógica.
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terça-feira, 6 de abril de 2010
A escola de Gramsci
“Caro Berti, (...) uma das atividades mais importantes, creio eu, a ser feita pelo corpo docente seria a de registrar, desenvolver e coordenar as experiências e as observações pedagógicas e didáticas; somente desse constante trabalho pode nascer o tipo de escola e o tipo de professor que o ambiente requer. Que livro bonito e útil poderia assim resultar a partir dessas experiências! (...) Penso que a genialidade deve ser jogada na ‘sarjeta’ e se deva, ao contrário, aplicar o método das experiências mais minuciosas e da autocrítica mais fria e objetiva.” Antonio Gramsci
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Livro de Desenhos e Histórias
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Esta prática pedagógica e educativa com o desenho infantil remonta ao antigo procedimento de fornecer desenhos prontos para a criança pintar – ainda praticado, infelizmente, em algumas instituições. Acreditando numa criança rica em possibilidades e capacidades, no começo do nosso processo de reformulação curricular, decidimos criar condições para que cada criança fizesse seu desenho a fim de ser reproduzido para todos os colegas usarem as cores de acordo com a própria imaginação. Assim surgiu o Livro de Desenhos e Histórias da turma.
Esta prática pedagógica e educativa com o desenho infantil remonta ao antigo procedimento de fornecer desenhos prontos para a criança pintar – ainda praticado, infelizmente, em algumas instituições. Acreditando numa criança rica em possibilidades e capacidades, no começo do nosso processo de reformulação curricular, decidimos criar condições para que cada criança fizesse seu desenho a fim de ser reproduzido para todos os colegas usarem as cores de acordo com a própria imaginação. Assim surgiu o Livro de Desenhos e Histórias da turma.
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segunda-feira, 5 de abril de 2010
Bornal de Leitura
Continuação da Agenda de Trabalho...
Durante a realização do Projeto de Cultura Popular envolvendo o universo de Ariano Suassuna, em 2005, professoras e crianças tiveram a oportunidade de conhecer o papel que dois tios tiveram na formação do leitor Ariano Suassuna. Tivemos a ideia, então, de permitir que as crianças levassem livros de história para casa, junto com um caderno para que alguém da família registrasse o momento de leitura. Foi assim que nasceu o Bornal de Leitura, marcadamente sustentado por referenciais teóricos na perspectiva do letramento.
Durante a realização do Projeto de Cultura Popular envolvendo o universo de Ariano Suassuna, em 2005, professoras e crianças tiveram a oportunidade de conhecer o papel que dois tios tiveram na formação do leitor Ariano Suassuna. Tivemos a ideia, então, de permitir que as crianças levassem livros de história para casa, junto com um caderno para que alguém da família registrasse o momento de leitura. Foi assim que nasceu o Bornal de Leitura, marcadamente sustentado por referenciais teóricos na perspectiva do letramento.
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domingo, 4 de abril de 2010
Diário de Campo
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A documentação do trabalho realizado com as crianças conta ainda com a escrita de um Diário de Campo. Nele a professora registra impressões, dúvidas, questões, acontecimentos, observações... referentes ao dia-a-dia vivido com as crianças e pelas crianças. Ele pode ser uma importante base para a readação dos relatórios avaliativos semestrais de cada aluno. A elaboração deste diário é uma atividade nova e recente no processo pedagógico e formativo que vivemos. A relação da professora com este documento de trabalho depende, portanto, desse processo formativo. Tal processo formativo, por sua vez, é dialeticamente dependente tanto das pessoas nele envolvidas como das estruturas administrativas e funcionais com as quais e pelas quais efetivamos o trabalho.
A documentação do trabalho realizado com as crianças conta ainda com a escrita de um Diário de Campo. Nele a professora registra impressões, dúvidas, questões, acontecimentos, observações... referentes ao dia-a-dia vivido com as crianças e pelas crianças. Ele pode ser uma importante base para a readação dos relatórios avaliativos semestrais de cada aluno. A elaboração deste diário é uma atividade nova e recente no processo pedagógico e formativo que vivemos. A relação da professora com este documento de trabalho depende, portanto, desse processo formativo. Tal processo formativo, por sua vez, é dialeticamente dependente tanto das pessoas nele envolvidas como das estruturas administrativas e funcionais com as quais e pelas quais efetivamos o trabalho.
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sábado, 3 de abril de 2010
EntreTextos
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Com textos e imagens as professoras relatam o trabalho realizado com as crianças na forma de um boletim informativo (jornal). Esse boletim é mais um meio de atuarmos tanto na formação docente como, e principalmente, na compreensão que os pais têm a respeito da educação infantil que fazemos nesta escola. A família de cada aluno nosso recebe um exemplar do boletim. Também enviamos EntreTextos para outras instituições educativas, tendo em vista o importante papel formador da docência pelas possibilidades de diálogo entre textos de diversas vozes e lugares. A divulgação do nosso saber-fazer educação infantil – em processo coletivo – e a contribuição com a formação docente e da comunidade ocorre ainda entre hipertextos, por meio do blog EntreTextos.
Com textos e imagens as professoras relatam o trabalho realizado com as crianças na forma de um boletim informativo (jornal). Esse boletim é mais um meio de atuarmos tanto na formação docente como, e principalmente, na compreensão que os pais têm a respeito da educação infantil que fazemos nesta escola. A família de cada aluno nosso recebe um exemplar do boletim. Também enviamos EntreTextos para outras instituições educativas, tendo em vista o importante papel formador da docência pelas possibilidades de diálogo entre textos de diversas vozes e lugares. A divulgação do nosso saber-fazer educação infantil – em processo coletivo – e a contribuição com a formação docente e da comunidade ocorre ainda entre hipertextos, por meio do blog EntreTextos.
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sexta-feira, 2 de abril de 2010
Letramento
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A filiação teórica-metodológica do projeto de instituição educativa para a criança de três a seis de idade que, coletivamente, vimos realizando desde 1990, faz-nos compreender que leitura e escrita são bens culturais da nossa cultura letrada e, como tal, objetos de trabalho na nossa formação, das crianças e da comunidade. Tal concepção é revelada tanto pelas práticas pedagógicas e atividades como pela organização curricular nos dois grandes projetos de trabalho: Projeto de Cultura Popular e Começando a Pensar Com Ciência.
A filiação teórica-metodológica do projeto de instituição educativa para a criança de três a seis de idade que, coletivamente, vimos realizando desde 1990, faz-nos compreender que leitura e escrita são bens culturais da nossa cultura letrada e, como tal, objetos de trabalho na nossa formação, das crianças e da comunidade. Tal concepção é revelada tanto pelas práticas pedagógicas e atividades como pela organização curricular nos dois grandes projetos de trabalho: Projeto de Cultura Popular e Começando a Pensar Com Ciência.
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terça-feira, 30 de março de 2010
Começando a Pensar Com Ciência
Continuação da Agenda de Trabalho...
No nosso mundo cultural o conhecimento está organizado nas esferas artística, científica, filosófica, mítica, religiosa e senso comum. O conhecimento científico resulta de um trabalho humano cuja natureza é constituída por fatores econômicos, filosóficos, históricos, políticos e sociais. Na instituição educativa circula o conhecimento científico escolarizado que com aquele – o científico dos cientistas – mantém referências (Lopes, 1999). Assim, alguns elementos dessa humana cientificidade podem integrar os processos formativos do sujeito na educação escolar, inclusive no segmento institucional em que atuamos, posto que cada vez mais fica claro o papel desse segmento escolar na formação do sujeito. Considerando, então, procedimentos, habilidades de pensamento e atitudes como tais elementos dessa cientificidade e, ainda, as relações entre pensamento, linguagem e teoria da atividade (Serpa, 2007; Vygotsky, 2000; Bakhtin, 1992; Luria, 1992) podemos desenvolver um trabalho em que as crianças estejam Começando a Pensar Com Ciência.
No nosso mundo cultural o conhecimento está organizado nas esferas artística, científica, filosófica, mítica, religiosa e senso comum. O conhecimento científico resulta de um trabalho humano cuja natureza é constituída por fatores econômicos, filosóficos, históricos, políticos e sociais. Na instituição educativa circula o conhecimento científico escolarizado que com aquele – o científico dos cientistas – mantém referências (Lopes, 1999). Assim, alguns elementos dessa humana cientificidade podem integrar os processos formativos do sujeito na educação escolar, inclusive no segmento institucional em que atuamos, posto que cada vez mais fica claro o papel desse segmento escolar na formação do sujeito. Considerando, então, procedimentos, habilidades de pensamento e atitudes como tais elementos dessa cientificidade e, ainda, as relações entre pensamento, linguagem e teoria da atividade (Serpa, 2007; Vygotsky, 2000; Bakhtin, 1992; Luria, 1992) podemos desenvolver um trabalho em que as crianças estejam Começando a Pensar Com Ciência.
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